segunda-feira, 20 de abril de 2015

Amamentação


Ontem saiu uma notícia que me deixou estupefacta, indicando que as mulheres a amamentarem crianças com mais de 1 ano, no Hospital de S. João, têm que fazer prova de que têm leite, espremendo as mamas. Acho esse teste completamente idiota. Com os nervos de estar ali a tentar tirar leite, o mais certo é não sair leite nenhum.
Pelo que sei, existem análises que podem ser feitas, e essas deverão ser seguras, não dependendo dos nervos da mulher que amamenta, para darem certas ou erradas.
Quanto aos nervos, por mim falo. Num dia em que precisava de sair de casa e deixar o meu bebé com o pai, quis tirar leite com a máquina e só saíram umas gotinhas, devido a eu estar stressada. Num entanto, quando estava mais relaxada (noutro dia...) conseguia encher sem problemas um pote de 150 ml de leite.

Duas enfermeiras, uma do Hospital de Santo António e outra do Hospital do S. João, no Porto, queixam-se de terem tido que comprovar que estão a amamentar espremendo leite das mamas em frente a médicos de saúde ocupacional. Perplexas e indignadas, reclamaram para várias entidades, que lhes deram razão, mas para já nenhuma se dispôs a prestar-lhes algum tipo de apoio jurídico. O conselho que lhes dão é, tão só, o de que, no futuro, se recusem a fazer tal prova.
Maria dos Anjos Teixeira, 34 anos, há 12 a trabalhar no Hospital de Santo António, no Porto, foi convocada em Fevereiro para comparecer numa consulta de saúde ocupacional, depois de o seu filho ter completado um ano de idade. A história que conta é, no mínimo, bizarra. No papel, o objectivo de tal consulta seria apenas o de garantir a “protecção e vigilância da saúde e segurança” das grávidas e lactantes. “Dizem-nos que é para avaliar os riscos a que estamos expostas, por exemplo a radiações ou químicos. Mas eu trabalho nos cuidados intensivos e o único risco que corro é o de contacto com objectos cortantes e perfurantes”, explica.
A médica de saúde ocupacional ter-lhe-á perguntado, de seguida, desde quando estava a amamentar. “Fiquei estarrecida e em simultâneo preocupada, porque isto demonstra perfeita ignorância sobre a amamentação em si. Respondi que desde que o meu filho nasceu, claro!”. Depois disso, conta, a médica disse-lhe que iam ver “se tinha leite”.
A legislação portuguesa obriga as mulheres que estão a amamentar a entregar uma declaração médica todos os meses depois de as crianças completarem um ano de idade. Antes disso, têm dispensa de duas horas por dia (no máximo) para amamentar ou fazer a aleitação (quando o leite é dado em biberão) dos seus filhos, sem necessidade de apresentar qualquer documento.
O que a lei não exige é que as lactantes “andem a provar por esguicho” que têm leite,  indigna-se Maria dos Anjos, que diz que ainda começou por protestar, mas acabou por submeter-se à “dita prova”. “Pus a mama de fora e espremi”, descreve. Porquê? “Para não acharem que o facto de reclamar significa que não amamento”, justifica a enfermeira, que faz questão de deixar claro que considera esta estratégia “absurda e ilegal”. “É bullying”, diz ainda.

Podem ver a notícia integral aqui:
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/enfermeiras-obrigadas-a-espremer-mamaspara-provarem-que-estao-a-amamentar-1692832

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