A gravidez é uma das situações que mais alterações produz ao nível da pele, ou seja, alterações de tipo hormonal, nomeadamente as provocadas pelas elevadas taxas de estrógeneos, de progesterona e de androgéneos. Estas hormonas estimulam a produção de melanina e de aldosterona as quais provocam alterações na pele que, apesar de serem um pouco inestéticas, não representam risco para a saúde do bebé.
As estrias podem surgir desde o início da gravidez ou ainda antes desta (devido a processos naturais do organismo, como a ingestão de certos tipos de medicamentos, excesso de exercíco de musculação, predisposição genética, falta de hidratação da pele, aumento de peso repentino, etc.), mas são mais frequentes e visíveis no final da gravidez devido ao aumento de peso do bebé que provoca, por sua vez, uma maior distensão da pele. Podem localizar-se nas coxas, no abdómen, nas ancas e nos seios e afectam cerca de metade das grávidas. Durante este período, a distensão da pele gera um processo inflamatório com um aspecto de pequenas depressões rosadas, mas depois do parto, perdem a cor tornando-se prateadas e menos notórias.
As estrias são o resultado da ruptura das fibras elásticas, isto é, do colagénio e da elastina que formam o tecido conjuntivo da pele. Estas proteínas, em conjunto permitem que a pele se distenda facilmente, conferindo-lhe a faculdade de se dobrar e ceder, acompanhando os movimentos do corpo. Quando a pele tem um baixo teor destas fibras de sustentação é muito comum o aparecimento das estrias. Por outro lado e apesar das estrias estarem directamente ligadas ao teor de colagénio e elastina da pele, estão também relacionadas com predisposições familiares pelo que, nestes casos, o seu aparecimento é quase inevitável.
Infelizmente não existem cremes nem tratamentos verdadeiramente anti-estrias. A melhor forma de lutar contra este problema que afecta tantas mulheres é, de facto, prevenir ou reduzir o seu aparecimento. O modo de o conseguir é procurar ter uma alimentação rica em proteínas, beber muita água (cerca de 2 litros por dia), não aumentar exagerada ou bruscamente de peso, hidratar e nutrir diariamente a pele com um creme que melhore a sua elasticidade, ou seja, cremes à base de lactato de amónio, ureia, óleos vegetais e vitaminas. Estes cremes reforçam as fibras de sustentação e a qualidade da pele, sendo certo que as fibras de uma pele bem hidratada resistem melhor às estrias.
Quando já é tarde demais para prevenir as estrias e a quantidade ou o aspecto das mesmas o justifiquem, a única solução passará por erradicar o problema através de um bom tratamento. A maior parte dos Intitutos de Beleza oferecem uma variedade de tratamentos que surtirão o efeito desejado se forem adequados ao tipo de estria que a mulher apresenta. Por isso, antes de optar por um ou outro tipo de tratamento procure informar-se junto de um especialista sobre o tipo de estrias que tem, para que possa beneficiar completamente do tratamento que lhe for aplicado.
Basicamente podem indicar-se quatro tipos de estrias:
- As finas e avermelhadas - podem ser tratadas de duas formas: uma com ácido retinóico em que a mulher usa diariamente um creme com alta concentração desta substância sobre a linha da estria. Este creme estimula a renovação das células da pele e a formação de fibras de sustentação. O tratamento dura cerca de quatro a sete meses; é proibida a exposição ao sol, uma vez que podem surgir manchas e não é aconselhado para grávidas nem para mulheres que estejam no período de amamentação.
- Este tipo de estria também pode ser tratado com o recurso à microdermoabrasão. Este tratamento requer a aplicação de pomada anestésica e funciona com um aparelho de lixas de cristais de óxido de alumínio ou de diamante, provocando uma esfoliação superficial na linha da estria, o que dá origem à formação de novo tecido e de novas fibras de sustentação. É feito entre dez a vinte sessões, uma por semana ou uma em cada quinze dias, conforme os casos. Não se deve usar roupa justa nem apanhar sol durante o tratamento.
- As grossas e avermelhadas – são tratadas através da mesoterapia, ou seja: espalha-se a pomada anestética no local a tratar e, com uma agulha, o especialista injecta na linha da estria medicamentos que reorganizam as fibras, estimulam a formação de colagénio e melhoram a circulação sanguínea local. O tratamento demora entre oito a catorze sessões, com um intervalo de dez dias entre cada uma. É igualmente proibida a exposição ao sol.
- As finas e peroladas – também se podem tratar através da mesoterapia e da forma descrita anteriormente ou então com o recurso ao peeling. Neste último caso pode aplicar-se uma alta concentração de ácido retinóico sobre a linha da estria, fazendo com que esta substância remova as células cutâneas mais profundas, o que activa a produção de fibras de sustentação, torna a estria mais lisa e diminui a sua largura, o que pode ser feito em quatro a seis aplicações, uma vez por semana.
De outro modo, também pode ser usado o fenol e o ácido tricloroacético (ATA) que é aplicado apenas numa sessão. Ambos são substâncias mais agressivas. O fenol não deve ser administrado a pessoas com problemas cardíacos e renais e deve ser usado apenas em pequenas áreas e até três sessões. Em nenhum destes tratamentos é aconselhável a exposição ao sol.
As grossas e peroladas – podem ser tratadas com laser de CO2 em regiões com pouca quantidade de estrias e após a utilização de anestesia local. Aplicado sobre cada uma delas, o laser remove a camada cutânea superficial e atinge a derme, camada intermédia. Este tratamento provoca a formação de fibras de colagéneo e a retracção da pele que se torna mais estreita e lisa. É efectuado numa ou duas sessões sendo que a segunda apenas pode ser realizada cerca de três meses depois da primeira. A pele refaz-se numa semana e em dois meses aparece o resultado definitivo. Neste caso também não é aconselhável a exposição ao sol.
Fonte: www.pinkblue.com
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