quarta-feira, 10 de julho de 2013

Felicidade por dois dias

Felicidade por dois dias

Não tenho vindo cá escrever porque estes últimos dias têm sido um mix de emoções variando entre as boas e as más. Agora trago-vos um resumo de tudo.

5 de Julho de 2013
No dia 5 de Julho fiz um teste de gravidez logo pela manhã, quando me levantei, daqueles dos risquinhos. Já estava com 3 dias de atraso, pensei que já estaria na hora. O risco que confirma a gravidez estava lá, mas estava muito clarinho. Como não fiquei convencida, quando cheguei ao trabalho fiz um novo teste, da Clearblue, um teste digital que é mais confiável. O teste acabou por mostrar a mensagem esperada, “Grávida 1-2”, que significa que estava grávida de 3 a 4 semanas. Fiquei muito feliz como é óbvio.
À tarde vi umas pintinhas de sangue, que não era suposto lá estarem. Fiquei um pouco assustada e optei por me dirigir a umas urgências. Dado que estava com uma tosse horrível pensei que pudesse ser do esforço.
Como a minha médica é no Hospital Dona Estefânia/Maternidade Magalhães Coutinho, dirigi-me para lá, bati com o nariz na porta pois as urgências já não estão a funcionar neste hospital.
Fui para a Maternidade Alfredo da Costa, expliquei a situação na receção, depois na triagem e aguardei. Devo ter estado umas 2 horas à espera, mas acabaram por me chamar.
Estavam lá duas médicas, muito simpáticas por sinal. Uma delas esteve a observar e verificou que o sangue vinha da parte de fora do útero, devido a uma pequena ferida. Explicaram-me que o útero na gravidez fica mais frágil e que basta eu ter tido relações sexuais para fazer aquela ferida. Indicaram que não poderia ter relações durante 2 semanas e que ficaria tudo bem. Se entretanto o sangue continuasse, na 1ª consulta da gravidez isso deveria ser falado com a médica.
Saí do hospital, descansada e feliz, estava tudo bem….supostamente.

7 de Julho de 2013
O meu dia começou cedo, fui até à praia logo de manhãzinha, até cerca das 11h30. Soube-me tão bem…
Quando voltei da praia reparei que o bikini tinha sangue, não umas pintinhas como na 6ª feira, era sangue a sério. Tomei um banho, vesti-me e tive o cuidado de colocar um penso. Mais tarde fui ver como estava, parecia que estava a menstruar, o que não me parecia muito normal.
Dirigi-me à Maternidade Alfredo da Costa outra vez, desta vez foi mais rápido a chamarem. Estavam novamente duas médicas, uma observou-me e viu que estava a sangrar, não disse de onde era, mas indicou que era vermelho vivo. Fizeram uma ecografia e aí foi o primeiro choque, “não está aqui nada, o útero não mostra gravidez”. Como ainda estava muito no início, fiz análises ao sangue. A enfermeira era mesmo um amor de pessoa, disse-me que muitas vezes a ecografia não mostra nada, e que na análise se verifica que existe gravidez.
Aguardei pela análise. A médica tinha dito que ia demorar 3 horas, a enfermeira disse que ia demorar 1 hora, optei por voltar para a sala de espera ao fim de 1 hora e meia e esperei.
A médica chamou-me ao fim das tais 3 horas. Os valores acusavam uma gravidez, mas o valor estava muito baixo, 27, o que significava que possivelmente eu tinha estado grávida, mas que o embrião não tinha vingado. A médica disse que iria repetir as análises dentro de 2 dias, para verificar se o valor continuava a baixar, mas para eu não ter esperanças, porque dada a situação, muito possivelmente a gravidez não estava a avançar, porque o valor estar tão baixo significa que ou eu estava grávida de dias (o que não é o caso), ou estava a deixar de estar grávida.
A médica disse que estava tudo bem com o útero e que é muito normal estas situações, que por vezes existe uma má formação do feto, nesses casos o corpo da mãe decide não avançar com a gravidez. Achei muito simpático da parte da médica não ter utilizado o termo mais comum para esta situação, que é aborto espontâneo. Foi o que aconteceu, mas é um termo que dói tanto de se ouvir, e a médica não o utilizou.
Agora é aguardar pelas novas análises.

9 de Julho de 2013
As 48 horas de espera entre as análises são as mais dolorosas, a incerteza é pior do que uma má notícia. Existe sempre uma réstia de esperança. Eu nem sou de rezar, mas rezei a Deus, aos santos, a todos os que me quisessem ouvir, só queria uma boa notícia.
Às 18h45 estava eu pronta para repetir a análise ao sangue, mais uma vez uma enfermeira muito simpática, mas desta vez fiquei com um buraco no braço e ainda me custa mexer o braço.
Passadas 3 horas voltei à MAC para saber o resultado. Demorou a chegar porque a análise teve de ir para o Hospital de São José, dado que a máquina da MAC tinha avariado. O valor era mais baixo, 16. Já ia mentalizada para o que aconteceu, mas no fundo eu queria acreditar que estava tudo bem. Vou voltar lá dia 12 para fazer uma ecografia, de forma a verificar se está tudo bem, o que em princípio estará porque ainda estava tudo no início.
A médica era cinco estrelas, muito simpática e humana. Disse que é muito comum isto acontecer, que por vezes não chega a ser gravidez, é uma alteração hormonal, poderia ter sido uma gravidez bioquímica, mas para não me preocupar. Disse que devo aguardar pela próxima menstruação e depois poderei voltar a tentar. Quanto a mim, vou aguardar que a minha cabeça fique em ordem, porque neste momento está de pernas para o ar.

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